Monasterio de El Escorial


Na Serra de Guadarrama, mais precisamente na encosta do Monte Abantos, a apenas cinquenta quilómetros de Madrid, fica El Real Sítio de San Lorenzo de El Escorial.

O curioso nome de El Escorial deve-se aos antigos depósitos de escória oriundos de ferrarias que então existiam nos arredores.

Declarado pela Unesco Património da Humanidade em 1984, começou a ser construído em 1563, por ordem de Felipe II, para preservar a eterna memória da sua família num panteão dinástico e compensar a destruição de uma igreja dedicada a San Lorenzo durante a batalha de San Quintín, em França.



Não preparámos com antecedência a visita e íamos à espera de encontrar um mosteiro, mas fomos surpreendidos por um enorme complexo que para além do mosteiro inclui seminário, palácio real, panteão e biblioteca. Quando digo enorme não exagero pois estamos a falar de 33 327 m².


 

Foi assim que demos por nós, durante mais de duas horas, a percorrer grandes salas e extensos corredores. A sua complexa iconografia e iconologia tem merecido as mais variadas interpretações de historiadores, admiradores e críticos. Nós ficámo-nos pela profunda admiração.

Durante vários momentos do percurso podemos contemplar jardins exteriores primorosamente cuidados.

Sendo um dos grandes símbolos do poder da monarquia espanhola da Edad del Oro, entre os séculos XVI e XVII, todo o edifício é magnifico, respira história e riqueza, mas tenho que destacar três locais absolutamente excepcionais:

A Basílica! Encontra-se no centro do palácio, tem a forma de cruz grega, coroada por uma cúpula de 92 metros de altura, o que a destaca das demais torres do edifício.  Com quarenta e cinco altares, a peça central é o enorme retábulo de mármore branco, jaspe e esculturas de bronze dourado. Para termos uma ténue ideia do detalhe e a precisão empregues na construção desta Basílica basta dizer que só o sacrário central representa sete anos de trabalho de um dos mais conhecidos ourives de prata italianos.

O Panteão dos Reis da Espanha, também conhecido como Cripta Real! Ocupa uma capela circular situada por debaixo do presbitério, com vintes e seis túmulos de mármore com adornos de bronze dourado onde estão sepultados os reis mais importantes das dinastias de Áustria e dos Bourbon, de Carlos I e Isabel de Portugal até Juan de Borbón e sua esposa, avós do actual rei. Na sala seguinte está o Panteão dos Infantes, ocupado por trinta e seis infantes, príncipes e rainhas da Espanha.

A Real Biblioteca! Grande biblioteca renascentista criada por Filipe II, com um lindíssimo Salão Principal, afrescos impressionantes e um valiosíssimo acervo. Apesar de já não possuir os livros de outrora ainda documenta vários períodos históricos, sendo especialmente valiosas as coleções de manuscritos árabes, hebraicos e latinos

É na Real Biblioteca que termina o percurso da visita, seguindo-se a já inevitável bookshop para quem pretender levar uma recordação.

Foi assim que viemos conhecer um mosteiro e conhecemos todo um testemunho da época gloriosa de Espanha.

Dica: Venham conhecer! É muito fácil chegar aqui a partir de Madrid. Da estação de Chamartín, partem comboios com frequência. A viagem é de pouco mais de meia hora!

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