Alguém disse que visitar Cordes Sur Ciel era descobrir um fabuloso livro de arte e história incrustado em pedra. E não há melhor frase para descrever.
Mas para lá chegar também é outra aventura! Cordes sur Ciel é uma cidade que só pode ser explorada a pé, nas suas ruas íngremes de paralelepípedos é proibido qualquer veículo.
Primeira opção lógica, vamos percorrer os 85 quilómetros que nos separam de Touluse de comboio. Uma viagem barata e breve. Até aqui tudo bem.
Chegados à estação de Cordes-Vindrac descemos do comboio, ele partiu e… surpresa! Não há estação de comboio e em abono da verdade também não há Cordes sur Ciel, que está no topo da colina de Cérou, para aí a uns 8 quilómetros, e também não há ninguém nas redondezas…. e o comboio foi-se embora.
Primeiro, fazer o
diagnóstico da situação: É visível uma única casa, que é também um posto de
correios e que, obviamente, está fechado.
Afixado está o número
de telefone de táxis. Ligamos e tentamos o nosso melhor francês. Que falta fez
todo aquele conjunto de gestos e sinaléticas que ajudam qualquer viajante a
ultrapassar a barreira da língua.
Depois, ficámos ali, sem perceber se o táxi ia aparecer, porque nem nós tínhamos percebido muito bem o decorrer da conversa. Mas olhem! Resultou passado aí uns 15 minutos de apreensão, surgiu um táxi salvador.
Mas as melhores coisas, são as mais difíceis de conseguir, portanto o táxi parou aos pés de Puech de Mordagne (tivemos o bom senso de combinar a hora da recolha neste mesmo local) e depois foi usar todo o fôlego possível para subir até o topo da colina para chegar à cidade.
Mas é verdade, assim que chegámos tudo ficou compensado. Mergulhámos automaticamente na atmosfera medieval do século XIII e isso deve-se, em grande parte à arte na conservação dos prédios, que se mantêm sem qualquer indício de utilização de materiais modernos.
O passeio pela cidade (e atenção que aqui também é preciso fôlego) é um verdadeiro encanto, com ruas ladeadas por lojas de artesãos e galerias de arte.
A cidade alta preservou residências góticas soberbas e, de repente, estamos em 1222, com portões fortificados, muralhas e fachadas góticas esculpidas, num verdadeiro retorno à Idade Média!
Este é um daqueles casos em que as fotografias não conseguem transmitir a realidade.
Conselhos de viajante:
Calçado confortável a pensar nas ruas medievais, mochila leve, e se forem no Outono
ou Inverno levem um pequeno lanche porque a maior parte dos restaurantes está
fechada.
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