Ilha Terceira, dos Vulcões e dos Impérios

 


Como da Macaronésia já conhecemos a Madeira a aposta deste ano foram os Açores!

O termo Macaronésia de origem grega significa “ilhas afortunadas”, uma denominação que se costuma utilizar para falar dos arquipélagos do Atlântico Norte, que desfrutam de um clima invejável e de uma biodiversidade que chegou a estas ilhas por ar e por mar.

Começamos a nossa ronda pela Ilha Terceira, aquela que já foi de foi chamada de Ilha de Nosso Senhor Jesus Cristo das Terceiras (pelo facto de ter sido a terceira ilha encontrada pelos navegadores portugueses) e a segunda ilha mais povoada dos Açores mas, ainda assim, com menos de metade dos habitantes de S. Miguel.

Depois de um excelente voo fomos até ao hotel apenas por as malas e mudar de roupa. Chegámos num dia farrusco, com uma ameaça de chuva latente, mas isso não nos desencorajou e a nossa curiosidade levou-nos  a começar logo a descobrir as pitorescas ruas Angra do Heroísmo, classificada como Património Mundial pela Unesco.

Encontramos uma cidade agradável, harmoniosa, com promessas de segredos para descobrir, desde as belas fachadas do centro histórico, às igrejas e impérios, sem nunca perder o mar de vista.

A primeira recordação que temos é a Igreja da Misericórdia, consagrada ao Santo Padroeiro da cidade desde 1707: Santo Cristo da Misericórdia. A igreja de estilo barroco de fachada de azul que fica gravada na memória.

Mas o que primeiro nos chamou a atenção foram as pequenas casas, a maior parte pintadas de cores fortes, que se espalhavam um pouco por toda a cidade. 

Perante a nossa curiosidade explicaram-nos que se chamavam Impérios. Pequenos templos, únicos em Portugal, onde entre o domingo de Páscoa e os domingos de Pentecostes, se venera o Espírito Santo nos Açores. À volta destes Impérios acontecem durante vários dias as festividades do Espírito Santo: Um conjunto de cerimónias religiosas e profanas que vai desde a “coroação” do Imperador Menino ao desfile de cortejos e o bodo de pão e de carne.

Os primitivos edifícios eram desmontando-se após a festividade. Só no século XVIII surgiram os primeiros Impérios construídos em alvenaria e, dizem, a sua originalidade foi inspirada nas características das anteriores construções desmontáveis, mas também em influências orientais e da confluência de culturas, decorrentes da posição estratégica da ilha Terceira.

Existem setenta e um Impérios (muitos mais dos que vimos), todos eles com cerca de 30m2, constituídos por uma única divisão tendo a parede de fundo um altar ou um nicho para exposição dos símbolos do Espírito Santo: a coroa, assente numa salva, de prata, e o ceptro.

São monumentos a visitar, que ultrapassam o significado religioso e assumem maior importância enquanto testemunho histórico e originalidade, pois são únicos no mundo.

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